Há duas questões que considero de tamanha e escandalosa importância na vida do nosso país, que me faz recear vir um dia a ter vergonha de dizer que sou português.
Comecemos pela chamada "crise" e pelo comportamento de quem devia ter a responsabilidade de nos governar.
Como é sabido, estamos numa situação de mendicidade que se tem vindo a agravar à medida que as medidas impostas pela "troika"vão sendo implementadas.
Tais medidas baseiam-se no princípio neoliberal de profunda austeridade, empobrecimento, destruição de tudo o que é público, como o S.N.Saúde, bem como a Escola pública , dando toda a preferência aos privados, pelo que as privatizações têm que ser feitas "custe o que custar, mesmo que se tenha de trincar a língua".
Tudo isto já tinha sido ensaiado pelo FMI noutros países, designadamente no Brasil e na Argentina, com os resultados nefastos que se conhecem.
Chegando a vez da Europa e falamos da Europa a 27, tudo se complicou, porque a solidariedade, princípio fundamental, que imbuía o espírito dos fundadores da CEE, hoje UE, esse espírito desapareceu.
Aproveitando-se da situação, a Alemanha, sob a batuta da srª Merkel, iniciou o IV Reich apoiada por Sarkozy.
Como é evidente, o resultado vai ser o desaparecimento do Euro, como moeda única, e destruição da UE tal como estava pensada.
Daí que tivessem surgido vozes, como a de François Hollande e do interior do próprio FMI, a contrariar essas medidas, tão só de austeridade impostas aos países ocupados pela "troika" e a recomendarem , a par, medidas de apoio ao crescimento e empregabilidade.
Mas o IV Reich parece imparável e teima em defender apenas os seus interesses.
O que me custa é o facto de, sendo Portugal um dos países ocupados, haja colaboracionistas neste país e, o mais grave, é que entre eles, figurem membros do governo, nomeadamente o primeiro-ministro.
A segunda questão diz respeito à Justiça em Portugal. Já não vou referir-me à letargia e sonolência que domina o Tribunal Constitucional que nada faz perante a legislação que tem vindo a ser publicada e que, como tem sido provado por vários constitucionalistas, violam os princípios constitucionais.
Apenas chamo a atenção para o que se tem passado nos últimos tempos na administração da Justiça, relevando o caso de Isaltino de Morais.
Como é possível deixar prescrever crimes provados em julgamentos de outras instâncias?!
Não tenho dúvidas em afirmar que existe uma justiça para ricos e outra Justiça para pobres.
tenho vergonha que a nossa Justiça ombreie com aquela que é administrada nos países do chamado terceiro mundo.
Neste tema, pergunto como é possível recuar tanto no tempo e já sinto vergonha.
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