sexta-feira, 27 de julho de 2012

CORRUPÇÃO. SIM ou NÃO

Quando há poucos dias o Bispo das Forças Armadas se referiu à existência de corrupção no seio do Governo, muita gente murmurou e houve até críticos, como o PROFESSOR DOUTOR ENCICLOPÉDICO, Marcelo Rebelo de Sousa entendeu que tal denúncia era exagerada pela linguagem que utilizou.
Esquece-se aquele PROFESSOR DOUTOR ENCICLOPÉDICO que há pessoas que por interesses pessoais, como ele próprio, se calam para não perderem o "tacho", mas que, felizmente existem outras que se sentem na obrigação de denunciar publicamente as atrocidades que têm vindo a ser cometidas.
Por maioria de razão e por obrigação moral  e religiosa de quem não se limita apenas a "bater com a mão no peito", mesmo que vá à missa todos os dias, deveria caber aos católicos e à própria Igreja que os representa denunciar toda esta corrupção que tem sido a desgraça de todo um povo que está a sofrer.
Mas isto não é novo e todos se lembram do papel desempenhado antes do 25 de Abril, por D. António, Bispo do Porto, numa época e circunstâncias ainda mais difíceis .
Quando se devia admirar e elogiar a coragem destes HOMENS, eis que saltam alguns repteis e ratazanas a zurzir nas costas de quem se limita a cumprir a sua missão.
Então existe ou não corrupção em Portugal com o acolhimento e até fomentada por este Governo?
Será novidade para alguém?
Vamos ilustrar com um facto concreto: O ministro Miguel relvas precisava de viajar e não lhe bastava os três motoristas cedidos pela Secretaria Geral dos Assuntos Parlamentares, logo decidiu contratar por ajuste directo um novo motorista por € 73.446.00 (publicação-24.11.2011, procedimento381418, tipo-ajuste directo, Adjudicante-Gab. do ministro adjunto e dos Ass. parlamentares, Adjudicatário-Alexandre José Pinheiro Meireles, preço contratual-€ 73.446.00).
E quem é este Meireles? Nada mais, nada menos que um motorista do grupo parlamentar do PSD que tinha  pedido a demissão que foi aceite em Março de 010. Coincidência ou apadrinhamento?
Chamemos a este caso "não assunto"
Entretanto, aproveito para perguntar se soube ou ouviu algum alarido sobre as entrevistas recentemente dadas a um canal de TV e a um Jornal diário pelo Dr. Paulo Morais, vice-presidente da Organização Transparência Internacional ? Alguém se revoltou ou contestou quanto ao facto de Paulo Morais ter afirmado que o Centro da da corrupção está na Assembleia da República, dando vários exemplos e referindo até nomes?
É que, segundo o mesmo, há muitos deputados que são simultâneamente administradores de empresas e a lei favorece esses abusos. É nesse sentido que o dr.Marinho Pinto defende que os advogados deveriam ser obrigados a deixar de exercer a profissão, a partir do momento da sua eleição para o Parlamento.
Toda a gente sabe que existem muitos casos de promiscuidade entre o poder político e os privados.
Vejamos este:
- A "Troika" sugere no "memorandum" a VENDA do Negócio SAÚDE da CGD;
- O governo nomeou, entretanto, o dr. António Borges para consultor para as privatizações (leia-se VENDAS) das empresas públicas e/ou com capitais públicos;
- Por coincidência ou não, a Jerónimo Martins (Grupo Soares dos Santos -o homem mais rico de Portugal )
para seu Administrador, MANTENDO as  funções antes referidas para as quais o governo o nomeou.
- Entretanto, este mesmo Grupo Soares dos Santos) veio anunciar a criação de um novo negócio de SAÚDE.
- Por outro lado, a "Troika" exige agora a VENDA URGENTE do NEGÓCIO SAÚDE da CGD.
Será que o Bispo não tem razão?
Perante tudo isto, não posso deixar de repudiar a atitude ignóbil de António Mexia, O TESTA DE FERRO DA EDP e de MAIS QUALQUER COISA, ao afirmar que pretende publicar uma lista com o nome dos clientes devedores àquela empresa, desde que tal dívida atinja € 75, sabendo-se que essa mesma empresa apresenta o lucro de TRÊS MILHÕES de EUROS POR DIA.
Será que ele acredita que a maior parte dos devedores não pagam porque não querem?
Que moralidade terá um homem como ele que tem um vencimento mensal superior ao que a maior parte dos trabalhadores ganham durante toda uma vida.
DONDE LHE VEM TANTO PODER E IMBECILIDADE? Ou será só MALDADE?

quarta-feira, 25 de julho de 2012

O SALVADOR da PÁTRIA

É assim que quer ser conhecido este imberbe e inexperiente primeiro-ministro.
Além de outras, ficam célebres as expressões, "custe o que custar, nem que seja preciso trincar a língua e que se lixem as eleições".
Para isso, chamou para ministro das finanças um tecnocrata neoliberal que se revelou o maior "bluff" introduzido na política portuguesa dos últimos anos.
O neoliberalismo, oriundo da Escola de Chicago foi pensado como a melhor resposta à crise do capitalismo no ambiente da globalização que então se vivia e vive.
A ausência ou ineficácia das entidades reguladoras e fiscalizadoras, deu origem a que se praticassem graves trafulhices e abusos criminosos nos meios financeiros e bancários.
A grande economia dos EUA sofreu um tremendo abanão do qual ainda não se conseguiu livrar e que logo teve nefastos reflexos em quase todos os países do mundo, atingindo, desde logo e mais profundamente os países da UE.
E é assim que Portugal se vê enredado e se torna uma das maiores vítimas das políticas seguidas e orientadas pelos países que mais têm lucrado e dominam a UE.
Esta organização que foi criada com as melhores intenções de solidariedade e paz entre os homens, zelando pelo seu bem-estar e felicidade, logo se transformou por forma a desumanizar o homem e a sociedade, olhando tão só para o dinheiro e lucro, tratando os homens como simples números.
É neste contexto que surgem as expressões acima referidas e que Passos de Coelho utilizou.
Elas surgiram porque significam que o que é preciso é salvar este capitalismo selvagem.
Atente-se que feito o memorando de entendimento com a "troika", aquele que por circunstâncias várias, o pobre governo de Sócrates se viu obrigado a aceitar, porque, internamente só havia inimigos, as medidas impostas que já de si eram gravosas foram ainda mais agravadas pelo actual governo, porque entendeu que o dogmatismo dos princípios em que assentavam eram os únicos correctos, como há poucos dias referiu  o feirante e viajante Paulo Portas.
Bons alunos, os membros do governo começam agora a dar mostras de nervosismo, porque nenhuma das metas parece poder cumprir-se.
Toda a gente, e não só economistas, sabe que vai ser necessário mais tempo e mais dinheiro, mas o primeiro-ministro e agora o PR, pretendem recorrer aos ensinamento de uma lenda que teria nascido de um acontecimento ocorrido em Monção no Sec .XIV. Trata-se da lenda de Deu-La-Martins que depois de tantos dias de cerco ao castelo pelos Castelhanos e quando pouco mais havia para resistir, conseguiu com uns restos de farinha fazer alguns pães. E para mostrar que dentro do Forte ainda abundava comida, subiu ao alto das muralhas e atirou os pães para cima do inimigo esfomeado e que logo debandou.
assim está Passos e o economista cavaco Silva, só que já estamos no Sec.XXI.
Para concluir terei que dizer que, depois de todos os disparates cometidos, os homens da "troika" já por 4 vezes teceram grandes elogios aos bons alunos que cumpriram as medidas que preconizaram e fiscalizaram.
Como nada resultou, as medidas estavam erradas, pelo que é tempo de responsabilizar a "troika" e os seus mandantes e necessariamente exigir compensações pelos estragos cometidos.
Custe o que custar, nem que seja preciso trincar a língua.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

O REMÉDIO ERA VENENO

Ignoramos se , no consulado de Sócrates, o pack IV tivesse sido aprovado e o PSD tivesse colaborado, pelo menos, na medida em que o tem feito o PS, estaríamos na situação aflitiva em que nos encontramos.
Mas, não ignorando os erros do passado, o que é certo é que Sócrates viu-se obrigado a pedir socorro.
É aqui que os "amigos" resolveram acudir-nos, já que o "barco" navegava em águas muito agitadas.
Os "media" começaram a falar da "ajuda" e de uma coisa que apelidaram de "troika"que veio a saber-se ser uma equipa  chefiada por Jürgen Kröger,  Poul Thompsen e Rasmus Rüffer, em representação, respectivamente, da Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu, isto é, três funcionários que pouca gente  devia conhecer e que, por sua vez,  também desconheciam o nosso país.
Enfim, foi o que se pôde arranjar.
Dadas as circunstâncias económicas, financeiras e políticas em que Portugal se encontrava não permitia a um Governo demissionário contestar muitas das medidas que se sabia, desde logo,que não iriam resultar.
Uma delas, talvez a mais pornográfica, na minha opinião, foi o obrigar a  privatizar  com prazo indicado (vender ao desbarato) algumas das empresas consideradas estratégicas para qualquer Estado.
Enfim, a troco de um empréstimo de 78 mil milhões de euros, a entregar às pinguinhas e sob contolo e a uma taxa de juro que também só pode ser considerada própria de agiotas.
Mas eram "nossos amigos" e eles é que sabiam e cobram milhões sempre que se deslocam cá para fiscalizarem o "Estado da Nação".
Entretanto o Governo, legitimado por eleições livres e democráticas,entendeu que tudo estava bem resolvido e até decidiu que as metas a atingir ao fim dos três anos (período de duração do acordo) seriam cumpridas, custasse o que custasse, nem que fosse necessário trincar a língua.
Bons, ou melhor, óptimos alunos apostaram nesta estratégia e, depois de aplicarem tantas daquelas medidas ficaram muito surpreendidos com os resultados que agora têm vindo a conhecer, ao fim de um ano?!
Inocência ou ignorância?
Creio que ambos os substantivos podem ser utilizados. É que esta receita já tinha sido aplicada pelo FMI, designadamente no Brasil, na Argentina e, mais recentemente, na Grécia e sempre com resultados negativos.
A "troika", porém, entendeu fazer mais uma experiência em Portugal e os resultados, para já estão à vista: a dívida externa pública e privada aumentou substancialmente, Portugal ficou muito mais pobre, a recessão agrava-se, o PIB tem vindo a decrescer à medida que a economia vai sendo destruída, o desemprego disparou para valores nunca antes  atingidos e entrámos numa recessão em espiral da qual não nos poderemos livrar, sem que o acordo seja renegociado e sem nova intervenção de uma nova e verdadeira ajuda
Portugal tem toda a legitimidade para exigir verdadeiras medidas de ajuda e até ser indemnizado dos graves prejuízos que tem vindo a sofrer pelas medidas erradas que lhe foram impostas.
Os culpados são conhecidos e os nomes dos seus representantes estão acima indicados.
Como era de esperar e já referido por muitos economistas, a receita está errada e o remédio não é mais que veneno.
Vamos a ver se ainda haverá tempo para salvar o doente.