quinta-feira, 24 de maio de 2012

TENHO QUE DESABAFAR

Há duas questões que considero de tamanha e escandalosa importância na vida do nosso país, que me faz recear vir um dia a ter vergonha de  dizer que sou português.
Comecemos pela chamada "crise" e pelo comportamento de quem devia ter a responsabilidade de nos governar.

Como é sabido, estamos numa situação de mendicidade que se tem vindo a agravar à medida que as medidas impostas pela "troika"vão sendo implementadas.
Tais medidas baseiam-se no princípio neoliberal de profunda austeridade, empobrecimento, destruição de tudo o que é público, como o S.N.Saúde, bem como a Escola pública ,  dando toda a preferência aos privados, pelo que as privatizações têm que ser feitas "custe o que custar, mesmo que se tenha de trincar a língua".
Tudo isto já tinha sido ensaiado pelo FMI noutros países, designadamente no Brasil e na Argentina, com os resultados nefastos que se conhecem.
Chegando a vez da Europa e falamos da Europa a 27, tudo se complicou, porque a solidariedade, princípio fundamental, que imbuía o espírito dos fundadores da CEE, hoje UE, esse espírito desapareceu.
Aproveitando-se da situação, a Alemanha, sob a batuta da srª Merkel, iniciou o IV Reich apoiada por Sarkozy.
Como é evidente, o resultado vai ser o desaparecimento do Euro, como moeda única, e destruição da UE tal como estava pensada.
Daí que tivessem surgido vozes, como a de François Hollande e do interior do próprio FMI, a contrariar essas medidas, tão só de austeridade impostas aos países ocupados pela "troika" e a recomendarem , a par, medidas de apoio ao crescimento e empregabilidade.
Mas o IV Reich parece imparável e teima em defender apenas os seus interesses.
O que me custa é o facto de, sendo Portugal um dos países ocupados, haja colaboracionistas neste país e, o mais grave, é que entre eles, figurem membros do governo, nomeadamente o primeiro-ministro.

A segunda questão diz respeito à Justiça em Portugal.                                                                                       Já não vou referir-me à letargia e sonolência que domina o Tribunal Constitucional que nada faz perante a legislação que tem vindo a ser publicada e que, como tem sido provado por vários constitucionalistas, violam os princípios constitucionais.
Apenas chamo a atenção para o que se tem passado nos últimos tempos na administração da Justiça, relevando o caso de Isaltino de Morais.
Como é possível deixar prescrever crimes provados em julgamentos de outras instâncias?!
Não tenho dúvidas em afirmar que existe uma justiça para ricos e outra  Justiça para pobres.
tenho vergonha que a nossa Justiça ombreie com aquela que é administrada nos países do chamado terceiro mundo.
Neste tema, pergunto como é possível recuar tanto no tempo e já sinto vergonha.

sábado, 12 de maio de 2012

Ignorância, insensibilidade e frieza



Foi com espanto e indignação que ouvi ontem o primeiro-ministro dizer que o desemprego não constitui um drama, mas a oportunidade de se aprender com os erros cometidos e conseguir mais competências para se voltar a arranjar emprego.
tudo na perspectiva de adaptação aos novos tempos que se vivem nas sociedades modernas.
Entretanto, no dia anterior, numa conferência(?) para alunos alemães(?) tinha ouvido o ministro das finanças referir, mais ou menos o seguinte: o ser humano tem toda a capacidade de ultrapassar situações difíceis, tal como a morte de um familiar e outros desgostos, mas o desemprego constitui um dos problemas em que o ser humano mais se ressente e passível de corroer a auto-estima e por isso, muito difícil de vencer.
Visões contraditórias sobre o grave problema do desemprego que em Portugal já vai em mais de 15% da população activa e ataca sobretudo os jovens, muitos deles apetrechados com cursos superiores.



Mas quem são estes políticos que nos (des)governam, sabendo-se que o desemprego tem tendência a aumentar face às medidas recessivas impostas pela troika e agravadas por um governo que se curva e rasteja, porque tem partida a coluna vertebral, tendo receio de desobedecer e ser visto como não bom aluno.
É que este primeiro-ministro é um político que sempre se movimentou dentro da política e com os favores dos políticos do partido a que pertence. Ignorante e feito à pressa, não tem a noção das realidades e dos dramas vividos por tantas famílias.
Todos se lembram do seu apelo feito à juventude para resolver a sua situação, recorrendo à emigração.
É esta a solução que ele tem para os problemas e que não tem escondido. Ele sabe que não vai ficar no desemprego quando largar "O POTE", porque se protegem uns aos outros. De salientar que muitos dos políticos, muito deles já na idade da reforma, continuam agarrados a dois e mais tachos, roubando o emprego a jovens mais idóneos e competentes.
Já o ministro das finanças, como diz o Prof. de Coimbra, Boaventura de Sousa Santos, é um português, mas com passaporte alemão. Olha pelo seu futuro ao qual não é estranho o apreço que lhe dedica o seu colega da Alemanha, que para ele anda a procurar um lugar de destaque na cena internacional.
Posto isto, que temos a esperar destes inaptos, ignorantes, insensíveis e frios políticos??!!
A História os julgará, já que tanta mentira ou lapsos(?) inventaram, bem como promessas por cumprir, traíndo os que neles votaram.

Estou certo que todos aprenderão com os erros cometidos, mesmo o primeiro-ministro, bem como o ministro das finanças.